terça-feira, 4 de maio de 2010

poesia sobre pele

Oi gente!
Como esse blog é sobre minhas loucurinhas relativas ao mundo do make, e como poesia (escrita ou visual) é sempre bom, eu vou postar esse poema fofíssimo que minha amiga compartilhou no meu reader hoje.
Já que a pele é nosso instrumento de trabalho e é onde o make ganha forma e se mostra, aqui vai uma homenagem ao nosso órgão tão querido de cada dia!

Por Rafael Mantovani

A pele é o órgão mais fácil,
o mais flexível de todos,
o menos funcionário.
Seu único esforço é, de vez em quando, levantar os pelos.

A pele é o que mais se diverte e o que mais se fode,
e por isso o mais confiável.
É o órgão que mais está acostumado a morrer,
o que mais concorda com as coisas,
o que menos demora para ser pacificado,
o que entende antes, e o que lembra primeiro.

A pele é o órgão mais internacional
o onde mais coisas diferentes estão acontecendo ao mesmo tempo
o que mais tem regiões
o que mais está longe de si mesmo
o que nunca fica inteiro doente.

A pele não tem a voracidade dos olhos,
não se confunde depressa como os olhos,
não está sempre à beira como os olhos,
não entristece depressa como os olhos,
não tem caprichos nem preguiça como os intestinos,
tem menos delírios de grandeza do que o coração
e menos frescuras que a língua, embora maior vocabulário.

A pele é o órgão que mais se dá,
o que mais faz amigos,
o que menos faz planos,
o que menos tem vergonha.
É o único órgão que está sempre topando,
o único que nunca quer voltar pra dentro, nunca faz questão de ficar sozinho.

Os outros órgãos do corpo talvez sofressem menos se aprendessem com a pele.
A vida ia ser mais burra, mas não ia deixar dúvida.